Texto também publicado no blog Fiscal do Badenfurt, reportagem de Sarita Gianesini e fotos de Patrick Rodrigues.
Em cada ponta do Complexo Viário do Badenfurt, um gargalo. A obra, que prevê acesso entre a Rua Bahia e a BR-470, está 76% concluída e, assim que for inaugurada – o prazo é março de 2014 –, enfrentará um descompasso devido à estrutura das vias que receberão os 19 mil veículos a usar diariamente a nova travessia sobre o Rio Itajaí-Açu.
Na extremidade Sul, acesso para Blumenau, o tráfego escoará pela Rua Henrique Weise até o ponto de retorno das ruas Bahia e General Osório. A pavimentação da Rua Henrique Weise deve começar em dezembro, logo após o término das obras de contenção e terraplanagem em andamento.
– Os dois maiores impactos da Ponte do Badenfurt vão se dar nas ruas Bahia e General Osório – admite o secretário de Planejamento Alexandre Gevaerd.
Para os próximos seis meses, a Secretaria de Planejamento garante melhorias pontuais. Na Rua Bahia, devem ser implantadas faixas de conversão, canteiros dividindo os sentidos e mecanismos para redução de velocidade, ainda a serem definidos. Para a Rua General Osório, a mudança será no cruzamento com a Frei Estanislau Schaette, com redução do tempo de um semáforo para minimizar filas.
Sem rótula e viaduto, BR-470 também virará gargalo
No lado Norte, a ponte encontrará o Km 60 da BR-470, por onde passam, em média, 35,5 mil veículos por dia. Ali, a solução para a fluidez está definida: uma rótula sobre um viaduto. Apesar das obras de duplicação no Lote 3 da rodovia terem iniciado há 12 dias, ainda não há data para construção do viaduto. O andamento também depende das desapropriações. Ao todo, o Lote 3 tem quatro anos para ser concluído.
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Obras estão 76% prontas. Foto Patrick Rodrigues |
Para a especialista em Planejamento Urbano e professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Furb, Carla Cíntia Back, os gargalos na área urbana são uma consequência inevitável da construção do Complexo Viário do Badenfurt. No entanto, não se pode evitar a obra:
– É como reformar uma casa e continuar morando dentro dela. O que não se pode é deixar de fazer a ponte e de buscar recursos para a solução destes gargalos.
Entre as soluções apontadas pela especialista estão a possibilidade de transformar a General Osório em sentido único e criar uma via paralela para o tráfego do fluxo contrário. O secretário de Planejamento Alexandre Gevaerd afirma que há planos para a Via Projetada 83, paralela à Rua General Osório e que encontraria o prolongamento da Rua Humberto de Campos.
No entanto, não há planos para tirar a intenção do papel. A Secretaria de Planejamento cogita incluir a nova rua no financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Estima-se que só o projeto para a nova via leve 18 meses, o que arrastaria a execução da obra para o próximo governo.
A Rua Bahia precisa de uma remodelação completa, segundo o diretor de Planejamento Viário, Dirk Reiter. A reforma, aproveitando a largura que a via já tem, está incluída em projetos para verbas da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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HISTÓRICO
- As obras do Complexo Viário do Badenfurt começaram em 28 de janeiro de 2011, com custo previsto de R$ 31.042.374,78.
- O cronograma inicial foi esticado em 467 dias, com previsão de conclusão para março de 2014. O valor da obra subiu para R$ 39.075.384,61. Atualmente, os operários trabalham na construção de muros, acabamentos nas pontes (muretas e guarda-corpos) e instalação de rede elétrica.
- Entre os principais motivos para a prorrogação e aumento de custo, estão os estragos causados pela cheia de 2011, o acréscimo de etapas e a redução do ritmo de trabalho durante cerca de quatro meses pela falta de verbas.
- O problema financeiro foi resolvido em abril de 2013, quando a Baumgarten Embalagens e a Hemmer Alimentos – empresas próximas à ponte – assinaram um termo de outorga onerosa com o Estado. A partir de então, as duas empresas repassam diretamente para a prefeitura os valores de ICMS que arrecadam.
- Dos R$ 39 milhões que custará o Complexo Viário do Badenfurt, já foram repassados R$ 29 milhões para o consórcio das construtora Stein, de Blumenau, e a Pacopedra, de Gaspar. Os pagamentos são feitos de acordo com medições realizadas pela prefeitura, que ocorrem a cada 30 dias.
Fonte: Secretaria de Obras e Eduardo Schlindwein, engenheiro da Construtora Stein
Lamentável que a rua General Osório não receba melhorias para comportar o fluxo adicional de tráfego que será gerado. Somente mudar o tempo da sinaleira com a rua Stanislau Schaette não resolverá muita coisa. Eu faria um esquema parecido com a saída da Ponte do Salto, utilizando as rótulas em frente ao supermercado Cooper e na entrada da rua dos Caçadores para retorno, tirando as conversões diretas da rua General Osório para a Stanislau Schaette e Stanislau Schaette para General Osório sentido rua dos Caçadores.
Um comentário:
Lamentável esse atraso e o descaso da prefeitura com o entorno. Todo projeto viário tem que pensar nos impactos do trânsito na região toda.
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